Antigamente, luxo era menos e simplicidade era mais.
A festa de Exu era ritual e não um desfile de superfluosidades.
A gira dos Malandros não era um concurso de samba.
Os Pretos Velhos davam seus conselhos, davam passes e auxiliavam seus filhos, não vinham só por vir.
Ser um médium pobre não era motivos para sentir vergonha.
Usava-se Zelador, Zeladora, Dirigente Espiritual... mas hoje isso é sinônimo de pequeno, pouco...
Os médiuns iam no terreiro cumprir seu papel e honrar seu compromisso... hoje o prazer da paquera e da fofoca é essencial.
Tinha reunião para resolver as diferenças... hoje nem isso.
Antes era diálogo, hoje monólogo.
As mulheres não eram desrespeitadas e diminuídas.
Os homens pegavam no pesado sem pestanejar.
Todos louvavam os Orixás nos pontos com consciência de que quem respondia eram os falangeiros.
Opção sexual não era crachá e nem motivo de destaque ou apaziguamento como médium de Umbanda.
Você se sentia importante e útil no seu centro, hoje você é tratado como acessório.
Se camboneava por amor aos guias, hoje o médium não serve e nem auxilia... não é obrigação dele mesmo.
Os ensinamentos do guia que estava falando eram ouvidos e assimilados com muitas atenção, hoje a vida alheia é mais interessante ser explanada.
A leitura como aprendizagem tinha valor, hoje ninguém quer ler livro: olha no Google.
Perguntava-se as coisas pro seu Zelador, hoje até um estranho sabe mais que ele.
O sincretismo como herança sagrada dos antepassados não era desrespeitado, hoje querem tirar o sagrado na marra.
O terreiro alheio era respeitado, hoje "a minha casa é melhor que a casa tal", ninguém elogia a casa tal porque a minha é melhor!
Não tinha ganância, não tinha ego, não tinha disputa! As pessoas só queriam fazer sua parte.
Antes era humildade e abnegação, hoje é trabalho, emprego, pensando no que se vai ganhar fazendo as coisas,
Axé
Um Saravá fraterno.