Hoje, dia 02 de Julho, a Bahia homenageia a Falange de Caboclos, esses
espíritos encantadores e donos dos segredos mágicos e curandeiros! Xetruá, Caboclo!
Originalmente, a palavra caboclo significa mestiço de branco com Índio mas, na percepção umbandista, refere-se aos indígenas,
que em épocas remotas habitaram diversas partes do planeta, como civilizações aparentemente primitivas, mas na realidade de grande sabedoria. Espíritos que, embora em sua encarnações tenham vivido em outros países, identificam-se espiritualmente na vibração dos Caboclos, como por exemplo, os índios Americanos,
os Astecas, os Maias, os Incas e demais indígenas que povoaram
a América do Sul.
Falar em Caboclos na Umbanda, é fazer menção a todos eles que, com denominações diversas, atuam em nossos terreiros e que,
com humildade, como muito bem recomenda a espiritualidade, omitem detalhes referentes às suas vidas quando encarnados.
Na Umbanda, os Caboclos constituem uma falange e, como tal, penetram em todas as linhas, atuando em diversas virações. Entretanto, cada um deles tem uma vibração originária, que pode ser ou não, aquela em que ele atua.
Antigamente, existia a concepção de que todo Caboclo seria um Oxóssi, ou seja, viria sob a vibração deste Orixá.
Porêm em nossa percepção, compreendemos que Caboclos diferentes, possuem vibrações originais diferentes, podendo se apresentar sob a vibração de Ogum, de Xangô, de Oxóssi ou Omulu. Já as Caboclas, podem se apresentar sob as Vibrações
de Yemanjá, de Oxum, de Yansã ou de Nanã.
Não há necessidade da vibração do caboclo-guia, coincidir com
a do Orixá, dono da coroa do médium: o guia pode ser,
por exemplo, de Ogum, e atuar em um sensitivo que é filho de Oxóssi; apenas neste caso, a entidade, embora sendo de Ogum, assimilará a vibração de Oxóssi.
Embora existam diferenças entre os nomes encontrados por diferentes pesquisadores para as entidades, em relação as
suas vibrações originais, apresentamos a seguir uma relação
que nos parece a mais próxima de uma realidade:
CABOCLOS DE OGUM
Águia Branca, Águia Dourada, Águia Solitária, Araribóia,
Beira-Mar, Caboclo da Mata, Icaraí, Caiçaras Guaraci, Ipojucan, Itapoã, Jaguaré, Rompe-mato, Rompe-nuvem, Sete Matas,
Sete Ondas, Tamoio, Tabajara, Tupuruplata, Ubirajara,
Rompe-Ferro, Rompe-Aço
CABOCLOS DE XANGÔ
Araúna, Cajá, Caramuru, Cobra Coral, Caboclo do Sol, Girassol, Guaraná, Guará, Goitacaz, Jupará, Janguar, Rompe-Serra,
Sete Caminhos, Sete Cachoeiras, Sete Montanhas, Sete Estrelas, Sete Luas, Tupi, Treme-Terra, Sultão das Matas, Cachoeirinha, Mirim, Urubatão da Guia, Urubatão, Ubiratan, Cholapur.
CABOCLOS DE OXÓSSI
Caboclo da Lua, Arruda, Aimoré, Boiadeiro, Ubá, Caçador,
Arapuí, Japiassu, Junco Verde, Javari, Mata Virgem,
Pena Branca, Pena Dourada, Pena Verde, Pena Azul,
Rompe-folha, Rei da Mata, Guarani, Sete Flechas, Flecheiro,
Folha Verde,, Tupinambá, Tupaíba, Tupiara, Tapuia, Serra Azul, Paraguassu, Sete Encruzilhadas.
CABOCLOS DE OMULU
Arranca-Toco, Acuré, Aimbiré, Bugre, Guiné, Gira-Mundo,
Yucatan, Jupuri, Uiratan, Alho-d'água, Pedra Branca, Pedra Preta, Laçador, Roxo, Grajaúna, Bacuí, Piraí, Suri, Serra Verde,
Serra Negra, Tira-teima, Seta-Águias, Tibiriçá, Vira-Mundo, Ventania.
CABOCLOS DE YANSÃ
Bartira, Jussara, Jurema, Japotira, Maíra, Ivotice, Valquíria,
Raio de Luz, Palina, Poti, Talina, Potira
CABOCLAS DE YEMANJÁ
Diloé, Cabocla da Praia, Estrela d'Alva, Guaraciaba, Janaína, Jandira, Jacira, Jaci, Sete Ondas, Sol Nascente
CABOCLAS DE OXUM
Iracema, Imaiá Jaceguaia, Juruema, Juruena, Jupira, Jandaia, Araguaia, Estrela da Manhã, Tunué, Mirini, Suê
CABOCLAS DE NANÃ
Açucena, Inaíra, Juçanã, Janira, Juraci, Jutira, Luana,
Muraquitan, Sumarajé, Xista, Paraquassú
CABOCLINHOS DA IBEIJADA
Nesta querida falange, encontramos os Caboclinhos e Caboclinhas do Mato, que se manifestam em sua forma indígena.
Arte: CLAUDIA KRINDGES